quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Bicicleta coletiva leva bar pelas ruas de Londres

Ficou mais fácil beber no trânsito na Inglaterra, desde que você esteja em uma bicicleta coletiva que carrega um bar a bordo e circula pelas ruas da cidade - o Pubcrawler, ou "rastejador de pubs" em tradução livre.

A bicicleta tem capacidade para até 12 passageiros (dez deles pedalando) e pode ser alugada por hora para festas de aniversário, despedidas de solteiro ou até eventos de empresas que queiram promover o "trabalho em equipe", como contou à BBC Brasil o proprietário, Luke Roberson.

Os passageiros são recebidos com um brinde de champanhe e podem visitar vários bares e pubs durante sua "pedalada", mas Roberson avisa: "não aceitamos passageiros bêbados".

Eles se sentam em bancos ao redor do balcão, com um barman no centro, enquanto pedalam pelas ruas da cidade.

Já houve casos em que os passageiros que se embriagaram durante o trajeto form "expulsos" da bicicleta, ou levados para dentro da área do bar, protegida por um balcão, "para que nós ficássemos de olho".

O bar também serve alguns drinques entre as visitas de um pub a outro e pode até abrigar uma "banda musical" com duas pessoas.

O primeiro pubcrawler entrou em circulação em dezembro de 2006, mas desde abril deste ano a empresa conta com outra bicicleta, "mais moderna e minimalista", nas palavras de Roberson.

Uma terceira bicicleta já está encomendada. Segundo o proprietário, não é preciso muito esforço para pedalar a bicicleta no plano, e os passageiros dizem adorar a experiência.

Ele teve a idéia quando viu uma dessas bicicletas na Lituânia, mas afirma ter adaptado seu desenho para o século XXI. A velocidade máxima da bicicleta é de cerca de 8 km por hora.

O preço do aluguel custa 180 libras (cerca de R$ 555) na primeira hora, e depois cai para 130 libras (cerca de R$ 400) por hora seguinte.



Bocejo de humanos contagia cães, mostra experimento

O ato de bocejar é reconhecidamente contagioso, mas agora cientistas demonstraram que cães também podem se contagiar pelo gesto.

Uma equipe do Birkbeck College, da Universidade de Londres, sugeriu que copiar este ato é um sinal de empatia das mascotes com os donos.

Bocejar, embora às vezes constitua uma resposta a estresse intenso, é mais freqüentemente um sinal de cansaço; mas a razão pela qual o ato é contagioso ainda não foi totalmente explicada.

Evidências indicam que indivíduos autistas são menos inclinados a bocejar em resposta ao bocejo alheio, sugerindo que o "contágio" revela, na verdade, certa empatia entre as pessoas, explicou o cientista Atsushi Senju.

A equipe de pesquisadores realizou testes com 29 cães, animais conhecidos por sua habilidade em reconhecer comportamentos sociais humanos, e relatou as conclusões na revista científica Biology Letters.

Foram criadas duas situações, cada uma com cinco minutos de duração. No experimento, uma pessoa estranha ao cão sentava em frente ao animal e o chamava pelo nome. Só após um primeiro contato visual o estranho bocejava.

Na segunda situação, repetia-se o mesmo procedimento, mas desta vez o estranho apenas abria e fechava a boca, sem bocejar. De acordo com Senju, esta foi uma preocupação para se certificar de que o cão não estava apenas respondendo a abrir e fechar da boca.

Empatia

Segundo os resultados da pesquisa, 21 dos 29 cães observados bocejou logo após o estranho --em média, 1,9 vez. Em contraste, nenhum cão bocejou quando o estranho não o fez.

Para os pesquisadores, estes resultados constituem uma primeira evidência de que cães têm capacidade de estabelecer empatia com humanos.

"Cães têm uma capacidade especial de ler a comunicação humana. Respondem quando apontamos e quando sinalizamos", disse Senju.

No artigo, os cientistas consideraram que a explicação é tão antiga quanto o início da relação entre homens e cães, há cerca de 15 mil anos.

Segundo eles, os animais foram escolhidos para a domesticação não apenas por suas orelhas espertas e o "olhar pidão", mas porque são dóceis e obedientes.

Os resultados do novo estudo sugerem que a empatia entre espécies é outro traço que pode explicar as razões para a longa relação dos cãezinhos com seus donos.



Alemães abrem bar temático sobre polícia secreta comunista

Um bar temático baseado na temida polícia secreta da antiga Alemanha Oriental está dando o que falar na Alemanha. Enquanto os dois donos do negócio afirmam que só querem fazer uma sátira, representantes de vítimas da opressão do regime comunista afirmam que a idéia é uma brincadeira de mau gosto.

Situado em um bairro da região leste de Berlim, a poucos metros do prédio onde ficava o quartel-general da Stasi, o restaurante "Zur Firma" (à firma) serve bebidas e pratos tipicamente alemães orientais em um ambiente cercado de souvenires que lembram o aparelho repressor da extinta ditadura comunista.

Logo acima da porta de entrada, uma câmera lembra o eterno clima de vigilância imposto aos cidadãos do país. O equipamento adorna um letreiro com o escudo da Stasi e os dizeres "venha até nós, senão iremos até você". Quem se torna cliente preferencial, ganha uma carteirinha de "IM" (a sigla para os "membros informais" da central de espionagem), com direito a um "nome de guerra".

Aparelhos de escuta, quadros da época, fotografias e até um manequim vestido com o uniforme de um batalhão de choque alemão oriental fazem a decoração do restaurante, cujo sistema de som completa o ambiente com músicas da antiga república socialista. O cardápio, com capa de couro vermelho e adornado com o brasão alemão-oriental, é escrito com uma máquina de escrever original da época, lembrando um protocolo de espionagem.

"Achamos que a Stasi é uma página da história que temos que virar definitivamente. Por isso, consideramos que temos direito agora de também poder rir disso tudo e fizemos essa brincadeira", disse à BBC Brasil Willi Gau, um dos proprietários.

Willi teve a idéia ao visitar o museu da Stasi, abrigado na antiga sede da organização, na mesma rua em que viria a abrir seu estabelecimento. "Depois, fui comprando os objetos para decoração nos leilões do ebay", completou. "Foi o modo que encontrei para dar um diferencial e atrair uma clientela melhor, numa região onde os pequenos bares competem nos preços."

E a provocação deu certo. Aberto no fim de julho, o restaurante vem recebendo visitas diárias de jornalistas do mundo inteiro, atraídos pela atual controvérsia.

Marianne Birthler, responsável pelo departamento federal para administração dos arquivos da Stasi, criticou duramente a inauguração do bar como "uma idéia difícil de superar em termos de mau gosto". "Para os que conheceram as práticas perversas da Stasi, visitando o museu dedicado à organização, a cerveja desse bar certamente não vai descer bem", acrescentou ela, em entrevista a um jornal berlinense.

Um dos diretores do Memorial Hohenschönhausen, onde estão conservados os antigos cárceres nos quais eram mantidos os opositores do regime alemão oriental, Siegfried Reiprich definiu o estabelecimento como "uma ofensa para as vítimas da Stasi". "Faço um apelo aos proprietários que abram mão desse mau gosto e peço à sociedade que ignore o estabelecimento", pediu Reiprich (ele mesmo uma vítima do regime), em declaração à imprensa alemã.

Stasi

Fundada em 1950, a Stasi (abreviação para Ministerium für Staatssicherheit, Ministério para a Segurança do Estado, em alemão) era a principal organização de polícia secreta e inteligência da República Democrática Alemã (RDA) e conhecida como um dos serviços de inteligência mais efetivos do mundo, com um grande aparato de repressão.

A organização estava infiltrada em quase todos os aspectos da vida cotidiana dos alemães orientais, dispondo de uma ampla rede de informantes e com sofisticados métodos de intimidação e vigília.

O outro proprietário do bar, Wolfgang Schmelz, garantiu que a maioria das pessoas com quem conversa entende o tom satírico do restaurante. "Quem tem humor, sabe que o bar traz um tom de crítica. Não estamos querendo fazer daqui um ponto de encontro para antigos espiões comunistas ou coisa parecida", disse à BBC Brasil. Quem se sente ofendidos em um primeiro instante, segundo ele, entende o espírito da coisa quando conhece o lugar.

"Um conhecido chegou a ficar bastante irritado comigo quando soube da idéia", lembrou. "Mas semana passada eu o trouxe aqui, tomamos umas cervejas e ficou tudo certo."

Museu suíço mostra "esqueletos" de personagens de HQ

Uma exposição no Museu de História Natural de Berna, na Suíça, mostra como seriam os esqueletos de vários personagens de quadrinhos e desenhos animados se eles realmente fossem seres vivos.

Estão expostas em Berna o que seriam as "ossadas" de personagens como Pernalonga, Pato Donald, Papa-Léguas e a divertida dupla Tom e Jerry.

A mostra insólita é o resultado de uma cooperação entre os paleontólogos do museu e o artista sul-coreano Hyungkoo Lee, que construiu os esqueletos observando todas as regras de anatomia.


Exposição simula esqueletos de vários personagens de quadrinhos
Exposição simula esqueletos de vários personagens de quadrinhos

O artista projetou os esqueletos baseando-se nas figuras dos personagens e também na anatomia original dos animais que eles representam.

Ele usou técnicas científicas e simulações de computador para criar os esqueletos feitos com resina.

O resultado é uma divertida brincadeira com a séria ciência da paleontologia, que reconstrói ossadas de animais extintos, como o dinossauro.

Segundo os organizadores, o museu quer fazer com que os visitantes pensem sobre a reconstrução de animais fossilizados.

"Quando um animal pré-histórico é reconstruído também não conhecemos todos os detalhes de sua anatomia --como no caso dos personagens", diz a porta-voz do museu.

Neste caso, no entanto, a reconstrução tomou o caminho inverso: Dos dinossauros só se tem os ossos, e dos personagens, só a aparência.

A mostra "Animatus" criou nomes científicos em latim para cada personagem mostrado.

Assim o coiote, eterno inimigo do Papa-Léguas, foi chamado de Canis latras animatus, e o pássaro veloz perseguido por ele levou o nome de Geococcyx Animatus.

Segundo essa nomenclatura, o Pernalonga pertence à espécie Lepus Animatus e o Pato Donald leva o nome científico de Anas Animatus.

A mostra fica em cartaz no Museu de História Natural de Berna até o dia 31 de agosto de 2008.