quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Bocejo de humanos contagia cães, mostra experimento

O ato de bocejar é reconhecidamente contagioso, mas agora cientistas demonstraram que cães também podem se contagiar pelo gesto.

Uma equipe do Birkbeck College, da Universidade de Londres, sugeriu que copiar este ato é um sinal de empatia das mascotes com os donos.

Bocejar, embora às vezes constitua uma resposta a estresse intenso, é mais freqüentemente um sinal de cansaço; mas a razão pela qual o ato é contagioso ainda não foi totalmente explicada.

Evidências indicam que indivíduos autistas são menos inclinados a bocejar em resposta ao bocejo alheio, sugerindo que o "contágio" revela, na verdade, certa empatia entre as pessoas, explicou o cientista Atsushi Senju.

A equipe de pesquisadores realizou testes com 29 cães, animais conhecidos por sua habilidade em reconhecer comportamentos sociais humanos, e relatou as conclusões na revista científica Biology Letters.

Foram criadas duas situações, cada uma com cinco minutos de duração. No experimento, uma pessoa estranha ao cão sentava em frente ao animal e o chamava pelo nome. Só após um primeiro contato visual o estranho bocejava.

Na segunda situação, repetia-se o mesmo procedimento, mas desta vez o estranho apenas abria e fechava a boca, sem bocejar. De acordo com Senju, esta foi uma preocupação para se certificar de que o cão não estava apenas respondendo a abrir e fechar da boca.

Empatia

Segundo os resultados da pesquisa, 21 dos 29 cães observados bocejou logo após o estranho --em média, 1,9 vez. Em contraste, nenhum cão bocejou quando o estranho não o fez.

Para os pesquisadores, estes resultados constituem uma primeira evidência de que cães têm capacidade de estabelecer empatia com humanos.

"Cães têm uma capacidade especial de ler a comunicação humana. Respondem quando apontamos e quando sinalizamos", disse Senju.

No artigo, os cientistas consideraram que a explicação é tão antiga quanto o início da relação entre homens e cães, há cerca de 15 mil anos.

Segundo eles, os animais foram escolhidos para a domesticação não apenas por suas orelhas espertas e o "olhar pidão", mas porque são dóceis e obedientes.

Os resultados do novo estudo sugerem que a empatia entre espécies é outro traço que pode explicar as razões para a longa relação dos cãezinhos com seus donos.



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