O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul determinou que uma paciente carente deve receber gratuitamente o medicamento Viagra. A mulher, de acordo com a Justiça, é portadora de hipertensão arterial pulmonar severa. O medicamento, usado por homens para disfunção erétil, seria adequado para o problema de saúde da paciente.
Para a Justiça, o dever do estado de fornecer o medicamento independe do fato de o Viagra estar registrado na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para um tratamento diferente do necessário para a paciente. Um perito judicial teria concluído que o uso do remédio diminuiu a pressão da artéria pulmonar da paciente.
De acordo com a ginecologista Carolina Ambrogine, coordenadora do Projeto Afrodite – Sexualidade da Mulher, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), a droga utilizada no Viagra foi desenvolvida para alterações cardiológicas, já que o medicamento é um vasodilatador.
“Nos homens, essa vasodilatação também aumenta a ereção, mas como um efeito colateral. A partir do momento em que esse resultado foi descoberto, a venda do produto ficou focada no efeito da ereção”, afirma.
Ainda de acordo com Carolina, a ação do Viagra é a mesma no homem e na mulher. “O Viagra causa o aumento da vascularização na região genital e isso, na mulher, causa maior lubrificação vaginal e pode melhorar a satisfação sexual também”, diz. As contra-indicações para o uso do medicamento são as mesmas para as mulheres e para os homens, segundo a especialista.
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