quarta-feira, 16 de julho de 2008

Cidade sul-africana quer liberar prostituição na Copa

Os planos do governo de uma cidade sul-africana para legalizar a prostituição no país por ocasião da Copa do Mundo, em 2010, estão sendo criticados por grupos religiosos e pela oposição.

A proposta, do governo local de Durban, prevê a legalização das casas de entretenimento adulto durante os jogos da Copa do Mundo de futebol.

A ala jovem do partido Inkatha da Liberdade e o principal partido de oposição do país, a Aliança Democrática, condenaram a sugestão.

A oposição teme que, caso seja introduzida durante o evento esportivo, a permissão possa se tornar permanente.

A idéia também não foi bem recebida pelo presidente do Movimento Africano Democrático Nazaré (ANDM, na sigla em inglês), Thokozani Hlatschwayo. De acordo com ele, a "proposta vai contra a palavra de Deus".

Segurança

Uma das principais preocupações levantadas pela crítica é a aids. Cerca de 5 milhões de pessoas são infectadas pelo vírus na África do Sul, tornando o país um dos mais afetados do mundo pela doença.

O município de Durban argumenta que a Alemanha tinha muitas casas de entretenimento adulto durante a Copa do Mundo de 2006 e que os locais eram populares entre os visitantes.

Segundo o governo local, apesar de a prostituição ser proibida no país, não se pode ignorar o fato de que a indústria do sexo faz muito sucesso durante eventos como a Copa do Mundo.

A proposta prevê que os centros de entretenimento como casas de strip-tease e agências de acompanhantes seriam localizadas em áreas especiais onde seriam seguros e de fácil acesso durante o evento.

Algumas autoridades admitem a existência de meninas jovens e mulheres trabalhando como prostitutas nas ruas de Durban.

De acordo com o governo local, já existe uma ação para ajudá-las a trabalhar em ambientes seguros.

Em janeiro, o deputado George Lekigetho, propôs que a legalização acontecesse durante o evento esportivo.

"É uma das coisas que garantirá o sucesso [do evento]", disse.

Em uma declaração feita no Parlamento sul-africano, Lekigetho afirmou que a legalização ajudaria a reduzir os casos de estupro na cidade.

Segundo o correspondente da BBC em Joannesburgo, Mpho Lakaje, alguns deputados teriam zombado da proposta, mas ela teria sido bem recebida por um grupo que representava os trabalhadores da indústria do sexo.

"Nós apoiamos qualquer legalização do trabalho sexual, especialmente durante a Copa do Mundo de 2010", disse Nicola Fick, do grupo Força Tarefa de Apoio e Educação ao Trabalhadores do Sexo (Sweat, na sigla em inglês), à BBC.

A proposta de legalizar a prostituição foi apresentada pela primeira vez no ano passado pela comissária da polícia, Jackie Selebi, que foi suspensa por acusações de corrupção.

Lakaje afirma ainda que a decisão final sobre a aprovação da proposta depende da votação do Parlamento do país.


FONTE: http://www1.folha.uol.com.br/folha/bbc/ult272u422953.shtml

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